sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Eu e o Livro (Bienal do livro 2012)



Pensem em uma pessoa feliz. Sabe aquelas crianças que a mãe dá dez reais para gastar na loja de doces? Sou eu e meu cartão de crédito na Bienal do livro. A dor nos pés, a fome e o cansaço não superam a alegria de carregar uns livros para casa. Desde os autores clássicos (Saramago, Kafka) até os contemporâneos (Laurentino Gomes, Alberico Rodrigues). 

O livro é o objeto mais bonito já criado pelo homem. Imponente, misterioso, fundamental. Ver uma pessoa carregando um livro me causa curiosidade e respeito. Fico pensando: Sobre o que será este livro? Quem será o autor? E não falo dos livros de estudos ou religiosos que não são lidos pelo prazer, mas pelo dever. Falo dos livros que são carregados nas mochilas, bolsas, pastas e braços como amigos inseparáveis de seus leitores. Sei que muitas pessoas leem apenas para ocupar o tempo e talvez nem se prendam muito a sua leitura cotidiana. Mas também sei que a maioria dos leitores assumem para si os sentimentos e ideias anunciadas pelos autores. 

Linguagens rebuscadas, gírias ou até mesmo outro idioma. Histórias reais ou não, o livro tem o poder de formar e transformar uma identidade. Cada livro é um tijolinho que constrói uma parte da nossa memória conceitual e emocional.

Um operário tem em sua humilde residência um verdadeiro tesouro. Uma estante repleta de livros. Sua filha pequena o observa sentado em sua poltrona, ouvindo música e lendo. Mesmo antes de saber ler, ela já folheia alguns livros ilustrados, em silêncio. Ela imita os gestos do pai.

A garotinha cresceu e hoje compreende mais do que nunca o real valor daquele tesouro. Ele representa o poder de ser livre em qualquer tempo. É a janela que se abre para o mundo. A voz amiga que nos consola e consome. 

O sonho da garotinha? Construir seu próprio tesouro e fazer parte dele.

Saindo da loja de doces...


Nenhum comentário:

Postar um comentário