domingo, 21 de julho de 2013

Eu leio


Gosto muito de ler. Além dos livros gosto de ler as pessoas. Passando de ônibus pela Avenida Paulista, posso ver uma diversidade típica deste local. É um ótimo lugar para ler as pessoas. Para mim, a Paulista é uma amostra de como toda a cidade de São Paulo deveria ser. Aqui tem tudo o que uma cidade precisa: bancos, empresas, cultura, mobilidade e beleza (sem aquele emaranhado de fios que vemos nas outras vias da cidade).

A leitura dos rostos, roupas e gestos é infinita. Leio músicos de rua, skatistas, engravatados, tatuados, religiosos. Decifro os passos rápidos de quem saiu para almoçar. Anoto o sorriso descompromissado dos estudantes e suas mochilas carregadas de possibilidades. Absorvo o olhar opaco de um andarilho. Tudo muito rápido e efêmero. É um pocketbook do cotidiano.


Mas apenas ler não me basta. Preciso registrar o que leio, interpreto e reflito. Necessito documentar o aparentemente banal e sem importância. Tornar o que não seria digno nem de uma nota de rodapé em crônica.