segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Danielle e o circo triste


         Chegou um circo no bairro. Um circo grande cheio de palhaços, malabaristas, mágicos, trapezistas e........muitos animais.

Neste bairro morava Danielle.

Uma menina pequena, muito curiosa, de olhos grandes e castanhos com cabelos trançados.

Danielle resolveu dar uma espiada no circo antes do espetáculo, para ver os palhaços sem maquiagem, ver o mágico sem sua cartola e ver os animais.

Quando chegou lá, ela quase não acreditou no que viu. Será que são estes os animais que fazem as pessoas se divertirem tanto? Mas eles parecem tão tristes dentro de suas jaulas?

Então Danielle resolveu falar com o dono do circo e pedir para que ele devolvesse os animais para natureza, para suas casas.

Mas o dono do circo nem quis ouvir a menina.

Foi então que Danielle teve uma idéia.

Ela pegou o seu caderno de desenhos, uma caixa de giz de cera e começou a desenhar os animais em suas jaulas.

Desenhou o olhar triste de um chimpanzé que sentia saudades de pular nas árvores.

Desenhou a pele machucada do elefante de tanto apanhar para aprender a dançar.

Desenhou um leão magro, que nem parecia ser rei de lugar algum.

Quando terminou seus desenhos, Danielle saiu pelo bairro mostrando aos seus amigos e vizinhos.

Alguns não acreditaram e foram pessoalmente espiar o circo.

Outros ficaram espantados.

Naquela noite, o circo ficou vazio e não teve espetáculo.

O dono do circo ficou furioso e foi embora daquele bairro.

E a pequena menina de tranças, havia aprendido uma grande lição:

“CIRCO LEGAL NÂO TEM ANIMAL.”
 Ilustração: Benjamin Lacombe

sábado, 15 de outubro de 2011

O sonho de ser professora


Não tenho a menor vergonha de dizer que nunca sonhei em ser professora. Confesso que muitas vezes me sinto um pouco deslocada, fora do meu lugar. Mas isto não prejudica meu trabalho. Ao contrário, sou muito profissional. Tive uma boa formação na área em que atuo e até hoje procuro me atualizar fazendo cursos e lendo a respeito.

Repito. Já são 15 anos de magistério e nunca fui apaixonada pela minha profissão.

Vejo nos cursos, reuniões e congresso, colegas dizendo que sempre sonharam em ser professoras ou que se encontraram nesta profissão.

Será que ninguém tem vontade de fazer outra coisa? Ninguém seguiu esta profissão por insistência da família e não conseguiu sair mais? Ou será que muitas e muitos têm medo de dizer a verdade, por achar que isso diminuiria o valor do seu trabalho? (Como se alguém nos valorizasse muito, não é mesmo?).

Somos profissionais, não missionários. Somos humanos e não heróis.

Será que com 15 anos uma pessoa tem condições de decidir qual profissão quer seguir? Pois foi com esta idade que entrei no Magistério para me formar professora. E foi por total falta de opção.

Proveniente de uma família humilde e sem condições de pagar colégio particular, o magistério parecia ser a melhor opção, pois eu estudaria em escola pública e já sairia com uma profissão. E o melhor! Eu ganharia uma bolsa de estudos (um salário mínimo) enquanto me formava.

É claro que aprendi muito neste período, principalmente na minha formação pessoal. Tive professores e colegas maravilhosos no CEFAM (Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério) que me ajudaram a enxergar quem eu gostaria de ser. Agradeço muito por isso.

Algumas pessoas podem até se perguntar por que continuo lecionando então. Eu respondo. Preciso pagar minhas contas. No momento esta é minha profissão. Mas, no futuro... O que importa é que faço o meu melhor enquanto conseguir e puder.

Uma curiosidade... alguém já ouviu alguma criança dizer que quer ser caixa de banco ou operador de telemarketing quando crescer? Acho que não. Mas acidentes de percurso acontecem.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A vida de um guarda-chuva



A vida de um guarda-chuva fica complicada quando as primeiras chuvas da primavera começam. Após um longo e seco inverno, ele é colocado à prova na primeira garoa ou temporal. Hoje, enquanto caminhava com meu guarda-chuva (que está em frangalhos) para proteger-me de uma fina garoa, encontrei em meu caminho não apenas um, nem dois, mas três guarda-chuvas jogados (dois na rua e um no lixo). Abandonados pelos seus donos que, provavelmente em um momento de fúria, os atiraram ao chão, chegando à mesma conclusão que eu:

GUARDA-CHUVA É UM OBJETO QUE SÓ FUNCIONA ENQUANTO NÃO PRECISAMOS DELE!

sábado, 8 de outubro de 2011

"Quer fosse alta perspicácia quer simples ingenuidade, quem vivia assim tão no presente e sabia apreciar tão cuidadosa e amigavelmente cada florzinha do caminho, estava acima de tudo, e a vida nada podia contra ela." 
Hermann Hesse - O Lobo da Estepe

terça-feira, 4 de outubro de 2011

PICA-PAU ALBINO

                                    Um close no bebê.             

          Aprendendo com a mamãe a cutucar a árvore.




              

sábado, 1 de outubro de 2011

Quando ouço certas músicas, vejo em minha mente algumas imagens. Ao ouvir a música Benjaab do Mestre Ambrósio, me lembrava de cenas dos filmes "Vidas Secas" e "Abril Despedaçado", então concretizei minhas idéias em um vídeo. Já ao ouvir a música "Why does my heart fell so bad" do Moby, olha o que eu vejo.