quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Salto (a medida certa do medo)



Eu juro que o mundo parou por um segundo naquela manhã. Exatamente às 11:30hs o vento parou, as aves se calaram e eu tive a certeza de que alguma coisa tinha mudado profundamente na minha vida, na minha alma. Como se um alarme tivesse disparado no meu peito. Um alarme silencioso só audível por mim.

Senti-me à beira de um precipício, pisando em uma linha imaginária que representava o fim do caminho. Impossível avançar, impossível recuar.

Eu só tinha duas opções: ficar parada olhando o precipício e a linha embaixo dos meus pés ou saltar. Saltar sem paraquedas, sem saber o tamanho do tombo, sem saber se existe um fundo. O medo congela, paralisa. Na medida certa ele nos ajuda a não tomar atitudes estúpidas e erradas. Mas como saber qual é a medida certa do medo. Como saber se ao invés de ser cautelosos estamos sendo estúpidos?

O jeito é saltar. Aceitar o medo como parte de si, fechar os olho e pular. Sentir o frio na barriga, o vento no cabelo, o zumbido no ouvido e, ao chegar ao fundo,  juntar os cacos.