terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sonho




Esta noite sonhei com minha tia. Uma pessoa muito querida que nos surpreendeu com sua morte por enfarto.

No sonho, ela morava em uma fazenda e estávamos todos sentados em uma sala ampla. Não lembro quantas e nem quem eram as pessoas que lá estavam, mas a conversa era alegre e descontraída. 

Os sofás estavam dispostos um de frente ao outro, formando um grande quadrado. Do teto, pendiam duas tapeçarias enormes formando um ângulo de 90°. Uma de frente para quem estava sentado à direita e a outra para quem estava à esquerda. Eu estava sentada no único sofá onde se podia ver parte das duas tapeçarias.

Elas eram muito coloridas e se pareciam com grandes quadros. Uma delas representava trabalhadores do campo colhendo trigo. Eu não lembro muito bem da outra, mas tenho a impressão de que era uma paisagem vegetal com diversos pássaros coloridos.

Acordei com a agradável sensação de ter participado de uma reunião familiar. Será?

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Mini-curso de observação de aves (Ibirapuera)

Pisar nas folhas secas de eucalipto, enquanto aspiro seu aroma medicinal, é com certeza a melhor terapia que eu podia fazer neste momento. Me encontrar no silêncio das aves ruidosas e entre tantas árvores que sequer consigo imaginar seus nomes. 

O melhor de tudo é conhecer pessoas com um interesse em comum. Pessoas que apesar do vasto conhecimento que possuem, demonstram uma generosidade em compartilhá-lo. Não usam o que sabem como forma de poder ou prepotência. Ouvidos e alma sensíveis a tudo que está em redor. E ainda têm a humildade de admitir que, apesar da quantidade de informação que possuem, ainda estão aprendendo. Não são os donos do saber, são exploradores do mundo. Mundo em eterna mutação.

Foi um imenso prazer conviver com eles durante estes três dias de curso.

Sempre gostei de estar em contato com a vida em sua mais pura forma. Muita gente não entende o que isso significa. Mas nestes três dias, eu me senti em casa.

Valeu Depave 3!

Será que acertei o nome de todas as aves?
    asa-branca
  anu
   beija-flor-tesoura
     bem-te-vi
 biguá
        frango-d'água
          garça-branca-pequena
 galo-da-campina
 
irerê
  joão-de-barro
   maracanã

 mergulhão
    papagaio-verdadeiro
      periquito-rico
         pica-pau-cabeça-amarela
       pica-pau-anão-barrado
 
avoante
       quero-quero no ninho
  sabiá-laranjeira
     sabiá-laranjeira com leucismo
        sabiá-do-campo
     sabiá-do-campo alimentando o filhote
 
 socózinho
 
suiriri
     suiriri-cavaleiro
  tico-tico
  urubu

           

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

1ª Vez




Ela me recebeu com um sorriso simpático e acolhedor. Um pouco tímida entrei em sua sala.

Disse-me para tirar a roupa. Receosa, tirei só a parte de cima.

Ela pediu para que me aproximasse mais. A cada passo que dava em sua direção, sentia que não havia mais volta. Uma mistura de medo e ansiedade tomou conta do meu ser.

Ela agarrou meu seio com força e o apertou por alguns segundos.

Sentei-me insegura e aguardei para saber qual seria o próximo passo.

Mais uma vez ela apertou meu seio. Desta vez a dor me fez pensar: “Será que isto é necessário”? Sim. Este momento da minha vida, exige passar por esta experiência que se tornará cada vez mais rotineiro.

Que me perdoem os homens, mas esta mulher é uma verdadeira especialista no que faz.

No final, percebi que ela estava satisfeita com o resultado. “Está tudo bem.” Falou com a intenção de me tranquilizar.

Vesti minha roupa e saí.

Foi assim a minha 1ª vez.

Foi assim a minha 1ª mamografia.