quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cinema e cigarros



Uma das melhores coisas a se fazer em um domingo a tarde é assistir filmes antigos, em preto e branco e de preferência com Jerry Lewis e Dean Martin. A nostalgia de uma época que não vivi, me ajuda a preparar o espírito para o futuro, ou seja, a segunda feira. As músicas, os gestos, a dança. Tudo meticulosamente coreografado e artificial. Dean Martin o galã canastrão, Jerry Lewis o bom moço inocente e estúpido. A fórmula se repetia em praticamente todos os filmes.

Um dos principais combustíveis das produções da época era a indústria do tabaco. Parece apenas um detalhe, mas não é. Se observarmos com cuidado, notaremos que em quase todas as cenas aparece alguém fumando. Elegantemente, diga-se de passagem. Era sempre o galã charmoso que acendia o seu cigarro e cordialmente acendia o da mocinha também.

É um incrível absurdo ver uma comédia inocente estimular tão descaradamente o vício do cigarro. Eu assisti estes filmes na minha infância, assim como muitas outras crianças fizeram também. Naquela época era apenas um detalhe sem importância, pois pouco se sabia dos efeitos do uso prolongado desta droga. O pouco que se sabia, era abafado por quem lucrava com sua venda.

A maior ironia, é perceber que boa parte dos astros que ajudaram a divulgar e  vangloriar o cigarro, foram vítimas do seu uso.

† Dean Martin (1995) – câncer no pulmão

† Audrey Hepburn (1993) - câncer

† John Wayne (1979) – câncer

† Gary Cooper (1961) - câncer

† Humphrey Bogart (1957) - câncer

† Dick York (1992)- enfisema pulmonar

† Wayne McLaren “Marlboro man” (1992) – câncer no pulmão

† David McLean “Marlboro man” (1995) – câncer no pulmão…

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Eu e o Livro (Bienal do livro 2012)



Pensem em uma pessoa feliz. Sabe aquelas crianças que a mãe dá dez reais para gastar na loja de doces? Sou eu e meu cartão de crédito na Bienal do livro. A dor nos pés, a fome e o cansaço não superam a alegria de carregar uns livros para casa. Desde os autores clássicos (Saramago, Kafka) até os contemporâneos (Laurentino Gomes, Alberico Rodrigues). 

O livro é o objeto mais bonito já criado pelo homem. Imponente, misterioso, fundamental. Ver uma pessoa carregando um livro me causa curiosidade e respeito. Fico pensando: Sobre o que será este livro? Quem será o autor? E não falo dos livros de estudos ou religiosos que não são lidos pelo prazer, mas pelo dever. Falo dos livros que são carregados nas mochilas, bolsas, pastas e braços como amigos inseparáveis de seus leitores. Sei que muitas pessoas leem apenas para ocupar o tempo e talvez nem se prendam muito a sua leitura cotidiana. Mas também sei que a maioria dos leitores assumem para si os sentimentos e ideias anunciadas pelos autores. 

Linguagens rebuscadas, gírias ou até mesmo outro idioma. Histórias reais ou não, o livro tem o poder de formar e transformar uma identidade. Cada livro é um tijolinho que constrói uma parte da nossa memória conceitual e emocional.

Um operário tem em sua humilde residência um verdadeiro tesouro. Uma estante repleta de livros. Sua filha pequena o observa sentado em sua poltrona, ouvindo música e lendo. Mesmo antes de saber ler, ela já folheia alguns livros ilustrados, em silêncio. Ela imita os gestos do pai.

A garotinha cresceu e hoje compreende mais do que nunca o real valor daquele tesouro. Ele representa o poder de ser livre em qualquer tempo. É a janela que se abre para o mundo. A voz amiga que nos consola e consome. 

O sonho da garotinha? Construir seu próprio tesouro e fazer parte dele.

Saindo da loja de doces...


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cenas inesquecíveis do cinema

Editei algumas cenas de filmes que para mim são inesquecíveis. E vocês? Se lembram de alguma cena marcante de algum filme?


Cenas inesquecíveis do cinema.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

0,5 mg de loucura

                          
Como já disse Martha Medeiros nós mulheres “nascemos com o dom de detectar o sagrado das pequenas coisas”. Essa sensibilidade, apesar de romântica, pode trazer muito sofrimento. Nada nos passa despercebido. Sofremos junto quando alguém próximo sofre. Nos indignamos com as injustiças sofridas pelos outros.

Como é difícil admitir que precisamos de ajuda para lidar com sentimentos e emoções mal resolvidas. Quando falamos em buscar ajuda profissional (psicólogo, psiquiatra, analista), fazemos isso em tom de piada. Mas quando a coisa fica realmente séria, temos uma dificuldade imensa de admitir que estamos pedindo socorro em silêncio.

A minha ideia de depressão foi sempre de uma pessoa prostrada que não conseguia nem se levantar da cama. Estava muito enganada. A depressão pode surgir em diversos níveis e se manifestar de formas diversas. Tristeza, raiva,manias, fome, euforia, desanimo, insônia. 

Lamento por todas as vezes que pensei que uma pessoa se declarava deprimida por acomodação ou preguiça. A verdade é que só acabamos com um preconceito quando passamos por ele. Encarar a verdade é difícil, mas necessário.

Assim como outros órgãos o cérebro também pode sofrer doenças genéticas ou causadas pelo estresse e precisa ser tratado. Medicamentos, terapia, exercícios físicos são algumas das indicações para o tratamento dos diversos males que podem afetá-lo. Mas sem dúvida nenhuma aceitar o problema e contar com o apoio dos amigos e da família é o melhor dos tratamentos.

Tentar manter o bom humor e não levar tudo tão a sério é uma boa dica. Seja para quem já se considera louco ou para quem ainda pensa ser imune à loucura.