A depressão é
algo imprevisível, não avisa quando vai chegar, não anuncia sua intenção de
estragar os seus dias. Você pensa que está curado, que está tudo bem e não
precisa mais de nenhum remédio ou terapia. Um dia, sem um porque você se sente
triste, mas logo passa e você esquece. Depois essa tristeza começa a ser parte
do seu cotidiano e você começa a se perguntar: “Vou levantar da cama para quê
mesmo?”
Você se isola,
não vai a eventos sociais e é taxada de chata e antissocial. O sentimento é de
que uma sombra encobriu seu coração e quando não se sente triste, não sente
absolutamente nada. Você deixa de fazer as coisas que mais gostava, no meu caso,
ler ou escrever.
Em outros
dias, a impressão que se tem é de estar arrastando uma imensa bola de ferro nos
pés. Até as tarefas mais simples do cotidiano ficam pesadas e enfadonhas. Qualquer
probleminha se transforma em um drama dentro de sua cabeça. Se sente, inseguro,
um lixo em forma de gente. Não consegue fazer nada e se sente culpado por isso.
Somado a isso ainda tem as neuras envolvendo seus relacionamentos pessoais.
É... hora de
buscar ajuda. Apesar de duvidar que isso vá passar você busca ajuda. Primeira
semana de medicamentos é um porre! Boca seca, enjoo, insônia e sensação de
cabeça oca.
Em uma tarde de verão, olhando o por do sol
pela janela do quarto, me pego sorrindo com a beleza das cores do céu e consigo
ver poesia até na fumaça que sai pela chaminé da Editora Abril. Um prédio com
fachada de vidro parece se incendiar com os últimos raios de sol. Neste momento
digo a mim mesma: “Estou de volta!”.
Agora,
digitando essas palavras no teclado, algo que achei que não faria tão cedo e
com tanta empolgação, finalmente consigo me reconhecer. E só tenho a agradecer a
Deus.
Estou de
volta!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário