domingo, 17 de março de 2013

A fraqueza do artista


     
A sensibilidade do artista é seu fardo. Ele tem que aceitar suas fraquezas e ao mesmo tempo ser forte para não sucumbir à elas. Tantos talentos capazes de transformar os sentimentos mais íntimos em palavras, músicas, pinturas e que não sobrevivem a  sua própria genialidade.

O torpor das drogas e do álcool na tentativa de amenizar ou substituir sentimentos que machucam, são os mesmos que apagam a chama que foi capaz de iluminar os passos de outros.

O artista sucumbe a própria sensibilidade. A dor e a alegria que ele carrega no peito não é a mesma dos outros mortais. Nem poderia ser. Nascer com a capacidade de sentir mais que os outros faz sofrer. É um sentimento solitário que só se aplaca com sua obra. Mas como sua obra ele também cresce. Cresce, devora e cospe o que restou.

Alguns sobreviventes continuam nos presenteando até hoje com suas obras, simplesmente porque tiveram a sorte de encontrar um equilíbrio antes de serem engolidos por seu próprio talento.


Um comentário:

  1. Ju, você tem toda razão nas suas palavras!
    Como esposa de um músico, sei um pouco do que eles passam com a fama, com a obrigação de agradar sempre! Não é nada fácil e você soube trazer um pouco da ingratidão do universo artístico.

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