Ponta da praia. Só o som das ondas batendo nas pedras.
Tesouros trazidos pelo mar: conchas, cascalho, algas e o maior tesouro de todos – o silêncio.
O relativo silêncio do mar. Sem vozes, sem buzinas, sem música. Só o som da maré em seu movimento sensual. A língua branca lambe a areia depois retorna para dentro da boca azul. Um beijo molhado, rápido e ruidoso.
O silêncio e a introspecção são uma necessidade. Infelizmente muitas pessoas interpretam meu silêncio de maneira equivocada. Pensam que estou triste, desanimada ou desaprovando algo.
Meu silêncio é meu refúgio. Uma ilha só minha onde construo as minhas histórias e vivo em paz. Um mundo íntimo, calmo e só meu! Maravilhosamente meu.
Ouvir a chuva também evoca o silêncio das palavras. O cheiro do ozônio que anuncia a chuva que se aproxima, o som das gotas no telhado, na calha e no solo convidam a entrar para nossa cabaninha interna e a ficar lá, quieto.
Silenciar.
Não sou a pessoa mais equilibrada do mundo, mas tenho certeza que estes minutos, horas, ou dias de silêncio me ajudam a digerir o que foi engolido, absorver o que é bom e regurgitar o que me causa mal.
Portanto eu lhe peço. Respeite e aceite o meu silêncio. Não pense que é algo pessoal. Ou melhor. Tenha certeza que é algo pessoal. Íntimo e pessoal.
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